Risco é a possibilidade de que um determinado resultado ser diferente
daquele que se previu. Em tese, o resultado pode ocorrer acima ou abaixo do que
se espera, mas o foco costuma ser o resultado a menor e desfavorável a quem
investiu recursos e/ou expectativas em um resultado. Em finanças, aquele que faz
um investimento e assume um risco, faz jus a um retorno que compense o risco
incorrido, o que significa que quanto maior o risco, maior o retorno esperado.
Sob o ponto de vista de uma organização empresarial, o risco pode ser
avaliado sob dois ângulos: a visão interna, de quem administra o negócio
e conhece a fundo suas especificidades – os públicos insiders – e a visão externa, daqueles que observam e avaliam
a empresa, por distintos motivos, a partir de informações por ela produzidas,
como outsiders. Note-se que os
públicos externos dependem, fundamentalmente, dos públicos internos para
fazerem suas avaliações e, portanto, transparência é fundamental para os outsiders.
Iniciando pelo ângulo interno, sócios e administradores de empresas
devem considerar os riscos de seus negócio em três momentos: nas fases de análise,
implantação e operação de cada negócio, conforme representado no
quadro seguinte:
O quadro seguinte apresenta, de forma sintética, orientativa e não exaustiva, os significados dos riscos apresentados:
Parte dos riscos anteriores pode ser mitigada pela ação dos
administradores e parte não será, pois nem tudo está ao seu alcance. Há várias
alternativas para lidar com riscos no âmbito de uma empresa, já que em
distintas situações, eles poderão ser transferidos ou reduzidos, ainda que nem
sempre. Exemplificando: no caso do risco de performance
de operação, falhas de processo ou fabricação e fraudes podem ser reduzidas por
meio de sistemas de controle melhor estruturados. Já no caso do risco de
mercado, o acompanhamento acurado do que ocorre no ambiente externo e o
aprimoramento de produtos de serviços com redução de custos (em algumas
situações, cobrando mais pelos mesmos) pode favorecer a criação de vantagens competitivas
importantes em relação à concorrência.
Riscos devem ser mapeados e informados a investidores dos mercados de
capitais, para que estes tomem decisões de investimento. Além disso, há uma
dimensão importante dos riscos a ser considerada pelos administradores de uma
empresa: a perda a ele associada e sua probabilidade de ocorrência. Dessa
forma, o risco de um evento pode ter variadas combinações de perda e
probabilidade de ocorrência e o pior dos mundos é o risco elevado com
probabilidade elevada de ocorrer.
Sob o ângulo de um observador externo, a análise pode ser feita
por múltiplos agentes e para distintos objetivos: investidores em ações,
emprestadores de recursos, agências reguladoras e outros, com distintas
metodologias. No caso dos investidores em ações, estes enfrentam dois tipos de riscos: os não sistemáticos (associados a cada ação), que podem ser mitigados pela diversificação de suas carteiras de ações, e os sistemáticos ou de mercado (para todas as ações), medidos pela fator beta, usado para estimar o
custo de capital próprio. Queda no Produto Interno Bruto (PIB), crises políticas
e insegurança jurídica são exemplos de eventos que associados ao risco de
mercado, afetando as empresas da economia.