A
resposta à pergunta do título deste artigo é ampla. Neste breve artigo,
buscamos resumir nossa visão em cinco grandes tópicos:
1 – A
contabilidade é a linguagem das finanças corporativas
Primeiramente,
pode-se afirmar que a contabilidade é a linguagem universal do mundo das
finanças, sem a qual não é possível administrar uma organização de maneira
técnica, profissional e responsável. Sem conhecimentos contábeis básicos,
administradores de organizações de todos os tamanhos terão grandes dificuldades
em desenvolver seu trabalho de forma realmente profissional.
2 – A
contabilidade é a linguagem dos investidores dos mercados de capitaisPara sociedades cujas ações estão listadas em bolsa de valores, a importância da contabilidade é ainda maior, pois essa disciplina detém a linguagem financeira que permite aos investidores entenderem os fundamentos econômico-financeiros dessas empresas, assim como conhecerem e interpretarem seus resultados. Não é por acaso que tem sido buscada a padronização e a internacionalização da linguagem contábil.
3 – A contabilidade permite comparar desempenhos de empresas e negócios
Com o apoio da contabilidade, torna-se factível acompanhar o desempenho de diferentes empresas e de distintos negócios. No âmbito de um grupo econômico, a contribuição da contabilidade à análise do portfólio de empresas e negócios pode ser considerável, sinalizando a necessidade de intervenções para identificar riscos e melhorar as finanças empresariais.
4 – A contabilidade apoia decisões dos dirigentes
A contabilidade é ferramenta básica de apoio a decisões de conselhos de administração e diretorias executivas. Referimo-nos aqui tanto à chamada contabilidade financeira, mais associada aos reportes requeridos pela legislação e regulamentação, quanto à contabilidadade de custos, orientada para os públicos empresariais internos e focada em atividades e processos.
5 – A contabilidade cria bases para recompensar profissionais
A contabilidade oferece uma base informacional que permite tomar decisões relativas à remuneração de sócios (via dividendos, juros sobre o capital próprio e reduções de capital onde factível, visando retirar fundos disponíveis no caixa das empresas), bem como de administradores e demais empregados (bônus, remuneração variável e outras modalidades).
No dia 16 de agosto 2006, foi lançado, pela então Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Criado pela Resolução n. 1.055, de 7 de outubro de 2005, do Conselho Federal de Contabilidade, o objetivo de médio prazo do Comitê no momento de seu lançamento era a obtenção de um conjunto uniforme de normas brasileiras adequadas aos padrões internacionais. Desde sua criação, o Comitê, integrando por diversas entidades dos mercados financeiro e de capitais, tem tido uma atuação assertiva em prol do fortalecimento da boa contabilidade.
Finalizamos estas breves reflexões dizendo que a contabilidade se torna, cada vez mais, instrumento efetivo de governo das empresas e há quem defenda que esta esteja diretamente subordinada aos conselhos de administração, ao invés de estarem subordinadas às diretorias executivas.
Mônica Mansur Brandão