Cannibals with forks – the triple bottom line
of 21st century (Canibais com garfo e faca – o triple bottom line do século XXI), escrito
pelo sociólogo britânico John Elkington, foi publicado originalmente em 1997 e se tornou
uma das principais referências da literatura sobre sustentabilidade. A
inspiração para o seu título é o questionamento do poeta polonês Stanislaw Lec,
autor de uma indagação: se um canibal usar garfo e faca, isto será progresso?
Na linha desse questionamento, John Elkington questiona se empresas que
destroem outras empresas têm comprometimento com o tripé prosperidade
econômica, a qualidade ambiental e justiça social.
Publicado
do Brasil pela M.Books do Brasil Editora Ltda (1997, 1999 e 2012), Cannibals with forks apresenta o famoso triple bottom line (TBL) da
sustentabilidade, o qual compreende três dimensões: prosperidade econômica (Profit), qualidade ambiental (Planet) e justiça social (People).
Há uma profusão de
representações visuais dessas três dimensões na literatura sobre
sustentabilidade e sua fonte conceitual é o livro Cannibals with forks. A teoria dos três pilares de John Elkinton é uma
estrutura que tornou mais fácil trazer, para a realidade das organizações, as
recomendações do Relatório Brundtland (Our Common Future, 1987) à humanidade.
O livro
divide seus 15 capítulos entre quatro grandes blocos (edição de 2012):
I – Capitalismo sustentável (1 a 4)
Apresenta
distintas visões sobre o capitalismo, abrangendo políticos, gurus da
administração, consultores e líderes de empresas. Descreve as grandes mudanças
a caminho das empresas e apresenta o triple
bottom line (TBL) e suas três dimensões anteriormente citadas.
II – As sete revoluções (5 a 11)
Descreve
as setes revoluções que conduzem à necessidade de mudanças de práticas
organizacionais, correspondentes a sete grandes questões por elas enfrentadas:
mercados, valores, transparência, tecnologia do ciclo de vida, parcerias, tempo
e governança corporativa.
III – Transição (12 e 13)
Apresenta
39 passos para que as organizações alcancem a sustentabilidade, os quais
implicam ver de uma outra forma tópicos como pilar financeiro (entram em cena os
três pilares do TBL), governança exclusiva (substituída por governança
inclusiva), acionistas (há vários stakeholders)
e assim por diante.
IV – Caixa de ferramentas (14 e 15)
Focaliza
a auditoria da sustentabilidade, percorrendo as sete grandes questões
comentadas na descrição das sete revoluções.
É
possível que o capitalismo seja sustentável? Esta é a ideia do livro Cannibals with forks, mas, para isso, é
preciso que as organizações mudem e busquem se tornar sustentáveis. O desafio,
definitivamente, não é trivial.