Há pouco mais três anos, uma barragem da mineradora Samarco, empresa da qual a Vale S/A é acionista, juntamente com a BHP Billiton, rompeu no Estado de Minas Gerais, no dia 5 de novembro de 2015, uma quinta-feira. Toneladas de lama da barragem de Fundão deixaram o saldo de 19 mortos, forte contaminação do Rio Doce e vários de seus afluentes, muitas edificações destruídas e muitas vidas impactadas. A lama mudou o futuro do subdistrito de Bento Gonçalves, por ela coberto, e de diversos municípios próximos do leito do Rio Doce, chegando ao Oceano Atlântico, no litoral do Espírito Santo.
Infelizmente, para perplexidade e indignação dos brasileiros, hoje, 25 de janeiro, sexta-feira, uma nova barragem se rompeu, no município de Brumadinho, pertencente à Vale, provocando um mar de lama que destruiu diversas edificações na região do Córrego do Feijão. Nas próximas horas, dias e semanas se conhecerão as consequências deste segundo evento, com características de crime ambiental. E desta vez, o Rio Paraopeba, afluente do Rio São Francisco e uma das fontes fornecedoras de água da capital Belo Horizonte é a bola da vez.
Este ESPAÇO GOVERNANÇA lamenta profundamente o ocorrido e manifesta sua solidariedade às famílias de vítimas. Em nossa opinião, o que houve parece mostrar que o Brasil pouco ou nada aprendeu com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. A mineração é uma atividade importante para Minas Gerais, o Brasil e o mundo, mas o que houve em Mariana e Brumadinho vai além da imaginação.
Cumpre, com serenidade, mas de forma assertiva, entender as falhas de governança corporativa (principalmente, a nosso ver) e de gestão das operações da Vale e Samarco que conduziram a esses dois eventos terríveis. Cumpre também que os órgãos responsáveis esclareçam à sociedade o que houve, identificando responsabilidade, punindo eventuais culpados e melhorando substancialmente o ambiente institucional, a fim de evitar futuros eventos congêneres.
Fontes: vários veículos de mídia.
Fontes: vários veículos de mídia.