quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Indicação: livro "Tragédia em Mariana"


O livro Tragédia em Mariana - a história da maior tragédia ambiental do Brasil, da jornalista Cristina Serra, apresenta relatos comoventes e várias informações importantes, entre números e outras, sobre o desastre ambiental ocorrido em 2015: o rompimento da barragem de Fundão, no município de Mariana, pertencente à empresa Samarco, controlada pelas mineradoras Vale S/A e BHP.


Em seu livro, lançado pela Record News, a autora procura entender quem foram as 19 pessoas que morreram no trágico episódio. Para escrever o livro, ela conversou com muitas pessoas, incluindo algumas que, de forma heroica, ajudaram a evitar mortes. Sua decisão de escrever o livro emergiu de sua cobertura jornalística sobre o natal das vítima de Mariana.

Cristina Serra também aponta e mostra, com números, a fiscalização precária das barragens do setor de mineração no Brasil. A estrutura de fiscalização é, na prática, quase inoperante. Esta consideração é importante, porque também se aplica ao caso do rompimento da barragem de Brumadinho, da Vale S/A e atesta que as causas que produziram os dois rompimentos de barragem, em Mariana e Brumadinho, são várias. Cristina também é crítica do processo de licenciamento ambiental, uma discussão que, na visão da jornalista, precisa ser feita no Brasil.

Cristina Serra foi jornalista da Rede Globo, tendo atuado como repórter do Fantástico, em reportagens especiais. Veja, abaixo, duas entrevistas com Cristina sobre o livro Tragédia em Mariana.



Chamamos a atenção dos leitores, na entrevista dada à Jovem Pan (segunda acima), para o fato de que o processo de Mariana não mereceu a criação de uma força-tarefa para analisar o caso juridicamente, estando a cargo de um juiz federal, sobrecarregado com um processo de alta complexidade e com outras causas para resolver. Cristina ressalta que o processo de Mariana abrange 21 réus, mais de 400 testemunhas e não se espera decisão tão cedo. Esta consideração leva a uma pergunta: se o caso de Mariana tivesse produzido resultados jurídicos mais rápidos e eficazes, punindo culpados, Brumadinho teria ocorrido?