Robério Fernandes / Futura Press / Estadão Conteúdo - 14/2/2019 |
No dia 23 de abril,
terça-feira, a CPI de Brumadinho, presidida na seção pelo senador Jorge Kajuru,
ouviu o engenheiro de recursos hídricos Felipe Figueiredo Rocha, que atuou
durante dois anos na Gerência de Gestão de Riscos Geotécnicos da Vale S/A. Ele informou
que a diretoria da Companhia foi informada sobre os riscos incorridos pela
barragem do Córrego do Feijão, que se rompeu no dia 25 de janeiro deste ano, no
município de Brumadinho. Diferentemente de outros empregados da Vale ligados a
Brumadinho, Rocha estaria custeando sua defesa jurídica junto ao Poder
Judiciário.
Segundo o engenheiro, os riscos da barragem
rompida foram apresentados em um workshop
realizado em novembro de 2018, no âmbito de um painel de especialistas
internacionais, no qual estavam presentes vários profissionais e lideranças da
geotecnia da Vale. O engenheiro ainda observou que os riscos de rompimento da
Barragem de Brumadinho não eram iminentes, mas possíveis.
Felipe Figueiredo Rocha explicou
que não é engenheiro geotécnico, mas era responsável por compilar dados e
informações de laudos de estabilidade, elaborados por empresas terceirizadas. Ele
ainda manifestou desconforto quanto ao fato de que o diretor executivo da Vale,
Luciano Siani, ter comentado que não sabia do workshop e do painel citados, haja vista que o relatório de
sustentabilidade da Empresa, assinado pelo presidente, cita o referido painel.
O engenheiro Felipe Figueiredo Rocha foi
preso pouco tempo após o rompimento da barragem de Brumadinho, tendo ficado
detido durante cerca de 15 dias. Ele refuta as acusações de que teria
pressionado auditores contratados pela Vale para que estes mudassem seus
laudos. Ao mesmo tempo, informou à CPI que a Vale podia sugerir alterações em
relatórios de auditoria, que poderia aceitar ou não as mudanças.
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