Imagem: Gaspar Nóbrega/SOS Mata Atlântica |
Cristina
Malheiros e Renzo Carvalho, empregados da Gerência de Geotecnia da Vale, prestaram
depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no dia 9 de abril. No
dia 11, foi a vez do ex-diretor da área de ferrosos da Vale, Gerd Peter
Poppinga, prestar depoimento.
Os
senadores da CPI, questionaram a engenheira Cristina quanto a questões como a remessa de avaliação de dados sobre a barragem rompida à Agência
Nacional de Mineração (ANM) em desacordo com avaliação interna da Vale e quanto
a problemas em medidores que monitoravam a barragem entre outros.
A técnica explicou a discrepância entre as avaliações para a ANM e a Vale, as quais foram feitas em datas diferentes e refletindo distintas condições físicas da barragem. Explicou que os medidores tinham erros de medição, reportados à Vale pela Tuv Sud, empresa alemã contratada para inspecionar a barragem rompida e certificar sua estabilidade, via e-mails dos quais ela não participou. Enfatizou que os dados coletados pela equipe não indicavam problemas e que a equipe técnica da Vale não teria recebido indicação de risco ruptura da Tuv Sud.
A técnica explicou a discrepância entre as avaliações para a ANM e a Vale, as quais foram feitas em datas diferentes e refletindo distintas condições físicas da barragem. Explicou que os medidores tinham erros de medição, reportados à Vale pela Tuv Sud, empresa alemã contratada para inspecionar a barragem rompida e certificar sua estabilidade, via e-mails dos quais ela não participou. Enfatizou que os dados coletados pela equipe não indicavam problemas e que a equipe técnica da Vale não teria recebido indicação de risco ruptura da Tuv Sud.
A CPI também ouviu o
depoimento de Renzo Carvalho, gerente, questionando aspectos como o fato de os
empregados da Vale estarem posicionados em posição de serem alcançados pela
lama da barragem rompida e indagado sobre se a barragem rompida estava segurada.
Outras questões também foram apresentadas pelos membros da CPI.
Entre suas explicações, o
gerente afirmou que a estrutura era considerada segura, segundo a informação de
que dispunha, egressa de outra área da Companhia. Observou ainda que o
posicionamento dos empregados é típico de barragens, inclusive aquelas de usinas
hidrelétricas. Informou também desconhecer se havia seguro para a barragem, não
sendo este assunto da esfera de sua Gerência.
No dia 11, o ex-diretor da
área de ferrosos da Vale, Gerd Peter Poppinga, depôs à CPI de Brumadinho.
Questionado se teria tido acesso a um relatório da própria Vale, elaborado
meses antes do rompimento, que indicava problemas na barragem do
córrego do Feijão, o executivo negou ter conhecimento. Ele informou nunca ter
estado na barragem rompida anteriormente e que as equipes de campo da Vale têm
autonomia para tomar decisões de segurança sobre barragens. Poppinga também
está envolvido no processo do rompimento da barragem de Mariana, em curso.
A CPI ainda deliberou sobre
a quebra de sigilo bancário e telefônico de Makoto Namba, engenheiro da Tuv Sud,
que se manteve em silêncio na semana anterior perante a CPI. Deliberou ainda
que seja pedida à Justiça a indisponibilidade dos bens de pessoas investigadas,
mas não da Vale. Os depoimentos de Cristina Malheiros e Renzo Carvalho podem
ser vistos aqui e o do ex-diretor Gerd
Peter Poppinga aqui.