A decisão da Petrobrás de adiar o reajuste de 5,7% no preço do óleo diesel, anunciado pela Companhia, derrubou o Ibovespa, que caiu de cerca de 97.000 para 92.000 pontos. A Companhia passou a ser percebida como mais arriscada pelos agentes do mercado de capitais e isso terminou por afetar todo o mercado acionário.
Segundo veículos de mídia, o presidente da República telefonou ao presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, argumentando se o momento para o reajuste seria oportuno, haja vista a possibilidade de uma greve de caminhoneiros. Em 2018, o ex-presidente Michel Temer teve que lidar com uma greve dessa natureza, que causou grande transtornos ao Brasil. O governo vem monitorando os movimentos de condutores de caminhões.
Para vários especialistas do mercado de capitais, o presidente Bolsonaro promoveu uma intervenção na Petrobrás, o que remeteu, em sua percepção, ao governo Dilma Roussef, criticado por sua política de preços de combustíveis. O presidente da Petrobrás, por seu turno, argumentou que o presidente da República teria meramente ponderado sobre a adequação do momento e que a decisão de adiar o reajuste foi da Companhia. Já segundo o vice-presidente, general Hamilton Mourão, em fala à rádio CBN, a medida seria um fato isolado.
A decisão do presidente se baseou em sua percepção sobre os riscos que envolvem a questão da atual política dos preços do diesel da Petrobras: risco de uma nova greve de caminhoneiros versus risco da reação dos agentes do mercado e seus efeitos. Se uma política alternativa não for implementada, a qual satisfaça os condutores de caminhão e os investidores da Petrobras, os riscos seguirão existindo.
Ao mesmo tempo, uma das principais dificuldades de uma política de preços de combustíveis no Brasil que não onere os consumidores excessivamente, como atualmente ocorre, é a cobrança excessiva de impostos sobre produtos que são essenciais para a economia, com destaque para o ICMS. Ocorre que vários estados ficariam em grandes dificuldades de caixa com a redução desse imposto. Equacionar uma política de preços de combustíveis alternativa não é algo trivial.
Ao mesmo tempo, uma das principais dificuldades de uma política de preços de combustíveis no Brasil que não onere os consumidores excessivamente, como atualmente ocorre, é a cobrança excessiva de impostos sobre produtos que são essenciais para a economia, com destaque para o ICMS. Ocorre que vários estados ficariam em grandes dificuldades de caixa com a redução desse imposto. Equacionar uma política de preços de combustíveis alternativa não é algo trivial.
Fontes: Valor, Folha de São Paulo, rádio CBN, rádio Jovem Pan e outros veículos de mídia.