Segundo o livro Administração de
Empresas: uma abordagem contingencial, de autoria do professor Idalberto
Chiavenatto (2006), a estrutura é um instrumento administrativo que resulta da
identificação, análise, ordenação e agrupamento das atividades e dos recursos
das empresas, incluindo o estabelecimento dos níveis de alçada e dos processos
decisórios, visando alcançar objetivos estabelecidos pelos planejamentos das
empresas.
No artigo Estrutura
organizacional: como ela contribui para um modelo de gestão sustentável? (Revista
RI, novembro de 2018), Maria Aparecida Hess Loures Paranhos e Mônica Mansur
Brandão consideram a estrutura como sendo o
mapa de poder da organização. A palavra poder,
segundo as autoras, abrange os poderes de decidir e realizar, em prol dos
objetivos estratégicos da organização, indo além, portanto da ideia de
organograma e de concentração de poder em mãos das pessoas.
Grupos empresariais, especificamente,
podem ser estruturados de distintas formas. Um dado grupo pode ter uma ou mais holdings, empresas que concentram participações
em outras empresas, podendo também ter atividades operacionais. Holdings podem ter variadas
configurações: piramidal (a holding 1
controla a holding 2 que controla a holding 3 que controla a holding 4), estelar (a holding 1 controla as holdings 2, 3 e 4) ou combinando esses
dois formatos.
Empresas vinculadas a holdings ou não podem ser estruturadas de
várias maneiras, criando-se a própria empresa ou suas áreas constituintes com
base em elementos como:
1 – Segmentos de mercado (exemplos:
masculino, feminino, infantil e outros).
2 – Linhas de produtos
e serviços (exemplos: farmacêuticos, químicos, têxteis e outras).
3 – Áreas geográficas (exemplos:
região centro, norte, sul, leste, oeste e outras alternativas).
4 – Processos (exemplos: governança
corporativa, planejamento, finanças, recursos humanos e outros);
5 – Etapas de processos
(exemplos: corte, montagem, estamparia e outras).
6 – Funções (exemplos: logística,
produção, marketing, serviços e outras).
7 – Matrizes, com equipes
trabalhando sob distintos comandos (exemplos: comitês interdepartamentais).
8 – Modalidades
acima combinadas.
As melhores alternativas de
estruturar grupos empresariais e suas empresas, empresas sem vinculação a um
grupo empresarial e as demais organizações da economia dependem da situação que
se considera. Fatores como estrutura societária (sócios), tributos e aqueles supracitados
serão elementos a considerar na estruturação dessas organizações.
Ponto de atenção: algumas estruturas
podem nascer por imposição da legislação e da regulamentação vigentes e/ou pela
necessidade de alinhar a organização às práticas requeridas pelo mercado. São
exemplos dessa consideração a governança corporativa, a sustentabilidade e a
gestão de riscos. A criação de conselhos de administração e fiscal, bem como de
comitês do conselho de administração, são exemplos do estabelecimento de
estruturas para melhorar o governo de sociedades anônimas e outras
organizações. O mesmo se pode dizer sobre a criação de áreas e comitês dedicados
à gestão da sustentabilidade e de riscos.
Por fim, não existem apenas as
estruturas formais, existindo também as informais, baseadas no poder pessoal
que algumas pessoas podem ter nas organizações, as quais devem ser
identificadas pelos gestores formais. Estruturas informais podem surgir em
função do conhecimento profundo que um profissional possa ter sobre um
determinado tema, em decorrência de suas relações de poder internas ou externas
ou mesmo por características pessoas intangíveis do ser humano, como uma boa
capacidade de empatia e comunicação. Estruturas informações serão positivas?
Sim, se puderem servir aos objetivos estratégicos organizacionais; se,
entretanto, o oposto se verificar, elas devem ser eliminadas ou neutralizadas.