sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Crescimento requer redução da desigualdade e mais justiça com impostos, diz Armínio Fraga


Na quinta-feira, 21 de novembro, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga afirmou que é preciso reduzir a desigualdade social para destravar a economia, não havendo conflito entre crescimento econômico, distribuição de renda e proteção social. O economista também afirmou que é preciso equilíbrio fiscal, a fim de que se possa viabilizar iniciativas nesse sentido.

Durante um debate ocorrido na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP), Fraga afirmou que discorda radicalmente da ideia de que é preciso crescer primeiro, para depois dividir o bolo. Ele defendeu que o crescimento e a redução da desigualdade ocorram em paralelo.

Por meio de informações como o percentual do PIB alocado a gastos com previdência e o funcionalismo público e o Índice de Gini, que mede a grande desigualdade social do Brasil, Fraga defendeu a eliminação de distorções orçamentárias e mais investimentos em saúde e educação. Defendeu ainda a redução de subsídios do BNDES, o aumento da concorrência interna e externa e a revisão das desonerações e dos tributos.

Sobre tributos, Armínio Fraga argumentou que existe grande espaço para eliminar “aberrações tributárias” e que o equilíbrio exige a tributação de dividendos (isentos de impostos) e aumentar a tributação sobre heranças e doações, cujas alíquotas são bem inferiores às de outros países. O ponto de atenção da fala do ex-presidente do Banco Central é que a cobrança de tributos sobre dividendos e o aumento da tributação sobre heranças têm sido reivindicadas por políticos de esquerda.