Na quinta-feira, 21 de novembro, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga afirmou que é preciso reduzir a desigualdade social para destravar a economia, não havendo conflito entre crescimento econômico, distribuição de renda e proteção social. O economista também afirmou que é preciso equilíbrio fiscal, a fim de que se possa viabilizar iniciativas nesse sentido.
Durante um debate ocorrido na Faculdade
de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP), Fraga afirmou
que discorda radicalmente da ideia de que é
preciso crescer primeiro, para depois dividir o bolo. Ele defendeu que o
crescimento e a redução da desigualdade ocorram em paralelo.
Por meio de informações como o percentual do PIB alocado a gastos com previdência e o funcionalismo público e o Índice de Gini, que mede a grande desigualdade social
do Brasil, Fraga defendeu a eliminação de distorções orçamentárias e mais
investimentos em saúde e educação. Defendeu ainda a redução de subsídios do
BNDES, o aumento da concorrência interna e externa e a revisão das desonerações
e dos tributos.
Sobre tributos, Armínio Fraga
argumentou que existe grande espaço para eliminar “aberrações tributárias” e
que o equilíbrio exige a tributação de dividendos (isentos de impostos) e
aumentar a tributação sobre heranças e doações, cujas alíquotas são bem
inferiores às de outros países. O ponto de atenção da fala do ex-presidente do
Banco Central é que a cobrança de tributos sobre dividendos e o aumento da
tributação sobre heranças têm sido reivindicadas por políticos de esquerda.