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A Amazônia pode se tornar o polo de uma nova epidemia devastadora, ou então uma savana, desértica e sem possibilidade de recuperar sua exuberância e biodiversidade. A savanização pode ser o futuro, se tal processo não for interrompido.
O alerta foi dado pelo ex-presidente da Capes, Carlos Nobre, um dos climatologistas mais respeitados no Planeta, ganhador do Nobel da Paz de 2007, em conjunto com seus colegas do IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, do qual ele é um dos membros mais atuantes. O jornal Valor Econômico transmitiu a fala de Nobre em live nesta terça, 12 de maio.
De acordo com o cientista, é "pura sorte" não ter emergido uma epidemia na Amazônia, uma vez que esta reúne todos os fatores para que isso ocorra. Para Carlos Nobre, se a floresta continuar sendo tratada conforme foi nas últimas décadas, tal epidemia pode ocorrer.
O cientista descreveu evidências da savanização da Amazônia, como o fato de a estação de seca estar de três a quatro semanas mais longa e mais quente, e de a floresta estar perdendo a capacidade de retirar gás carbônico e armazenar carbono. Segundo Nobre, de dois a três milhões quilômetros quadrados apresentam um quadro muito crítico e a Amazônia está próxima de um ponto de não retorno do processo de empobrecimento gradual da vegetação e de sua savanização.
Ao final, Carlos Nobre mencionou a mensagem que, a seu ver, pandemia COVID-19 traz à humanidade, enfatizando que é preciso restaurar o equilíbrio ecológico e mudar o comportamento humano. Como tomar ações enérgicas para conter o desmatamento ilegal na região amazônica, bem como a invasão de terra indígenas. Os desafios não são triviais.
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